Morre cabo do Exército, cinco dias após suposta tentativa de suicídio dentro do quartel. Família sugere assassinato.
Manaus/AM - 22/05
Militar que teria tentado suicídio dentro de quartel morre; família acredita que ele foi assassinado.
Militar que teria tentado suicídio dentro de quartel morre; família acredita que ele foi assassinado.
O cabo do exército morreu na noite
desta terça-feira (20), após passar cinco dias internado em estado de coma. A
polícia trabalha com a hipótese de tentativa de suicídio, mas familiares
questionam facadas no peito.
Foto A Crítica
O cabo do Exército Emerson Xisto de
Alencar, de 25 anos, morreu na noite desta terça-feira (20) no Hospital Santa
Júlia, no Centro de Manaus, onde estava internado desde a última quinta-feira
(15), quando foi encontrado com duas facadas no tórax dentro do 1º Batalhão de
Infantaria de Selva (1º BIS), na avenida São Jorge, bairro São Jorge, Zona
Oeste, onde ele estava lotado.
No dia do ocorrido, o Comando do Exército
ligou para a mãe do cabo afirmando que o mesmo havia sido encontrado no chão do
banheiro do alojamento com duas facadas na altura do peito. Na ligação, o
Exército ainda informou que o cabo havia cometido uma tentativa de suicídio,
fato que deixou os familiares indignados, por nunca terem notado nenhum sinal
de depressão ou distúrbios suicidas na vítima.
Emerson foi encontrado ferido e em
estado de choque, com perfurações que atingiram seu coração, o pulmão e o
tórax. O militar foi socorrido por companheiros da unidade militar e levado ao
Hospital Militar de Área Manaus, localizado no bairro Cachoeirinha, na Zona Sul
da capital, e logo em seguida foi encaminhado ao Hospital Santa Júlia, já em
coma. Lá, Emerson ficou cinco dias internado antes de falecer.
Na época, a mãe de Emerson não
aceitou a versão informada pelos militares, que apenas se dispuseram na ajuda
do funeral. “Essa explicação deles é muito conveniente, primeiro porque o
Emerson nunca apresentou sinal algum de depressão, segundo que foram duas
facadas no peito. Aconteceu algo e não querem dizer”, afirmou Celina Alencar,
mãe da vítima.
O principal fator que leva a família
a desconfiar da versão de suicídio é que o cabo era canhoto e as perfurações
estão do lado esquerdo do peito. "Se ele tivesse feito isso teria que ter
usado a mão esquerda e atingiria o lado direito", disse a empresária
Elizângela Melgueiro, prima da vítima.
Familiares também questiona a falta
de assistência por parte do CMA. “Fomos comunicados que ele seria enterrado com
honras militares, mas não vimos nenhum apoio, ele foi sepultado às 15h, e
durante o velório até às 14h, Emerson não recebeu ao menos uma coroa de flores
do Comando e nem a presença de nenhum oficial ao velório”, contou a empresária.
Ainda segundo Celina, um
dos peritos do Instituto Médico Legal (IML), que ela não soube identificar,
chamou o padrasto do cabo em particular e disse que não concordava com versão
de suicídio. "O perito disse que havia sido encontrado três perfurações no
corpo da vítima, e não duas, como tinha sido informado anteriormente pelo
Comando Militar", revelou a mãe.
Manifestação no 1º BIS
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Foto reprodução.
Logo após o enterro de Emerson, os
familiares avisaram que farão protesto na manhã do próximo domingo (25),
durante a Corrida da Infantaria, evento promovido pelo Exército, que terá a
largada de dentro do 1º BIS.
“Estaremos lá desde 7h. Iremos todos
vestidos de preto, levaremos faixas e cartazes pra protestar e pedir justiça.
Não concordamos de forma alguma com a versão de que ele se matou. Queremos
saber a verdade” afirmou Débora Alencar, outra prima do militar.
Comando do Exército abrirá
investigação
A seção de comunicação do Comando
Militar da Amazônia (CMA) informou por meio de nota que já determinou a
abertura de um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos.
O inquérito tem o prazo de 40 dias,
podendo, caso necessário, ser prorrogado por mais 20 dias para ser finalizado.
Após a conclusão do inquérito, o mesmo será enviado ao Ministério Público
Militar para as providências cabíveis.
A Polícia Civil aguarda a família registrar
o caso junto à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), na
Zona Leste, para que possam dar início à investigação. Fonte: A CRÍTICA.
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